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BHG, da GP, planeja ser a BR Malls da hotelaria
Empresa resultante da fusão entre a LA Hotels e a Invest Tur quer seguir a estratégia de aquisições comum a companhias controladas pela GP Investimentos
Divulgação
Peter Vader, presidente da BHG, terceira maior rede de hotéis do Brasil
A indústria hoteleira brasileira é muito fragmentada. Segundo estudo da consultoria Jones Lang LaSalle, cerca de 60% dos 7.000 hotéis e pousadas espalhadas pelo país não estão nas mãos de grandes redes. Esse cenário cria oportunidades para uma rápida consolidação no setor, segundo Peter Vader, presidente da Brazil Hospitality Group, a terceira maior rede de hotéis do país. A empresa, controlada pelo fundo de private equity GP Investimentos, possui cerca de 5.000 quartos - a maioria leva a bandeira Tulip. Os planos de crescimento incluem uma estratégia agressiva de aquisições e a conquista de contratos para a administração de hotéis de terceiros. "A estratégia é parecida com a da BR Malls no setor de shoppings", diz ele em entrevista à gestora de recursos Rio Bravo, que não investe nas ações da BHG.
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A rede nasceu da fusão de outras duas empresas do setor de turismo: a Latin America Hotels, que já era da GP, e a Invest Tur, que fez uma oferta de ações em 2007 com o objetivo de se tornar uma das líderes em resorts no Brasil. Com a fusão, boa parte dos planos da Invest Tur foram deixados de lado. Agora a estratégia da empresa é comprar hotéis em cidades fortes em negócios - se antecipando ao provável crescimento do setor até a Copa de 2014. De preferência, hotéis de três, quatro ou cinco estrelas com flexibilidade para mudar de categoria de acordo com o momento da economia. Veja abaixo o ranking das maiores cadeias de hotéis do Brasil e os principais trechos da entrevista:
Pergunta - A BHG planeja consolidar a indústria hoteleira assim como a BR Malls fez no setor de shoppings? Essa é uma boa comparação?
Peter Vader - A estratégia é parecida. Obviamente que a área de shoppings é menos fragmentada do que a hoteleira porque há vários grupos com investimentos em vários shoppings. Na indústria hoteleira, temos boas oportunidades de consolidação. Achamos que muitos hotéis familiares têm problemas. O fundador consegue viver bem do hotel, mas depois vêm os netos e são 10 pessoas que precisam viver bem com a renda dos hotéis. Isso vai tirar o caixa do hotel, vai se traduzir em manutenção um pouco mais fraca ou uma modernização mais tardia. Então esta oportunidade vai se apresentar para nós.
Pergunta - A maioria dos hotéis da BHG está em São Paulo e no Rio. Vocês acabaram de anunciar aquisições em Porto Alegre, Salvador e Recife. Como é que a BHG planeja essas aquisições? A ideia é ser uma empresa com escopo nacional ou ter o maior número de hotéis em algumas poucas capitais?
Vader - Nosso foco principal é o turismo de negócios. Procuramos nos colocar nos lugares onde há negócios. Compramos um hotel em Angra dos Reis que não é um resort, mas trabalha principalmente com clientes corporativos que atuam no setor de petróleo e energia nuclear. Como São Paulo é a capital dos negócios do Brasil, obviamente haverá mais hotéis em São Paulo do que em outras cidades que têm menos negócios. (Continua)
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