quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Analistas: Selic deve fechar 2010 a 10,75% e subir em 2011


Analistas são unânimes em prever Selic estável até o fim deste ano, mas alguns estimam aumento do juro básico brasileiro a partir do primeiro trimestre de 2011 devido à continuidade da força da economia, segundo pesquisa da Reuters.
Todas as 20 instituições financeiras consultadas preveem manutenção da Selic em 10,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 19 e 20 de outubro, e também no encontro seguinte, em dezembro.
"O efeito da alta de juro feita recentemente ainda não apareceu totalmente na economia. Existem muitas incertezas no cenário internacional, que, segundo o próprio BC já disse, deve ter um impacto desinflacionário aqui", disse Cristiano Oliveira, economista-chefe do Safra.
Os dados recentes de inflação vêm mostrando aceleração, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, mas o Copom está mais atento a horizontes mais longos e à inflação do ano que vem --já que, devido à defasagem sobre a economia real, a política monetária não tem mais impacto relevante neste ano. "O BC olha para o cenário prospectivo de inflação e não para números atuais", disse Oliveira.
E na previsão do BC, a inflação de 2011 está bem próxima ao centro da meta, que é de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Segundo o último Relatório de Inflação, a expectativa é de alta do IPCA de 4,6% no ano que vem.
Para 2011
Em relação à política monetária futura, os economistas divergem sobre o impacto que a atividade econômica exercerá sobre a inflação. A economia está mais moderada atualmente que no primeiro trimestre (quando provavelmente atingiu o pico do ano devido a uma série de estímulos fiscais e também à recuperação pós-crise global), mas ainda segue em expansão e é esse o motivo apontado pela maioria dos analistas ouvidos.
Segundo a pesquisa, a previsão de 17 analistas que fizeram projeção para a Selic em 2011 variou de 10,75% a 12,75%. Os patamares com maior número de respostas, seis cada, foram 10,75%, o que significaria estabilidade do juro ao longo de todo o ano que vem, e 12,25%.
Dos 11 economistas que esperam alta do juro no ano que vem, 9 disseram quando veem tal movimento: três esperam no primeiro trimestre, três em abril, dois em meados do ano e um em março.
"A demanda doméstica aquecida continua colocando pressão sobre a inflação. Ela deu uma desacelerada (em relação ao começo de 2010), mas continua acima do que seria condizente com as metas (centro) de inflação. E as expectativas de inflação continuam acima do centro", disse Marcelo Carvalho, economista-chefe do BNP Paribas.

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